quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sou macho e gosto de macho... e daí?...

Eu sou homem. Homem com “H” maiúsculo. Nas atitudes, nas palavras, na vida. Honro ocarrego no meio das pernas. Não importa se minha voz não é tão máscula e sensual como a do Raul   Cortez ou se meu sorriso revela toda minha candura como pessoa. Sou um homem... sensível.Não importa se sou uma flor de carinho e atenção para com aqueles que amo ou se sou rude estúpido com aquelas toupeiras ignorantes que de vez em quando cruzam meu caminho. Eusou um homem. Sou normal. Apenas não sou perfeito.
A única possível diferença entre eu e você, meu caro, é que sinto atração por homens.Gosto de um par de coxas grossas e peludas. Vou à loucura quando vejo um peito definido e braços que sustentam mãos firmes, de toques rústicos e precisos.Quando cruzo com um traseiro perfeitamente redondo e macio, camuflado atrás de uma bermuda esfarrapada, imaginando aquelas nádegas cobertas de pêlos claros, loiros, daquelesque brilham sob a luz do sol... ahh, quase perco o juízo! O mesmo acontece quando imagino o volume do sexo do meu homem, encoberto por umjeans bem justo ou escondido debaixo de uma calça social de corte impecável, crescendo na intimidade do nosso prazer abundante entre quatro paredes.E o beijo... ahh, o beijo entre machos é algo inenarrável. E o cheiro então? Pois é, meu caro, eu gosto de homem, gosto de pernas de homem, gosto de mãos de homem,gosto de bunda de homem, gosto do sexo do homem... deu pra entender? Quando você diz para alguém que você é gay, a primeira impressão que a pessoa tem é que você é uma “tresloucada”, daquelas “bibas qua-quás” que adoram “queimar a rosca”. Poucos são os que compreendem que você simplesmente optou por ter atração pelo mesmo sexo, não importando o que você faz na cama.Há gays que sentem prazer em ser passivos, isto é, gostam de ser penetrados, sendo que a  maioria prefere ser tratada de maneira delicada na intimidade.Há gays que sentem prazer em ser ativos, isto é, gostam de penetrar seus parceiros, de
conduzir a relação sexual e preferem geralmente ser tratados como “maridos” na intimidade. Então, pela simples lógica, um tipo de gay completa o outro. Deu pra sacar?
Mas há também uma outra categoria homoíntima, que são os gays “versáteis” (mais conhe-cidos atualmente como  totalflex), isto é, aqueles que sentem tanto prazer em ser ativos, quanto passivos na relação sexual. São os mais difíceis de se encontrar, pois eles não se rotulam e não cultivam neuras ou paranóias em ser ou fazer ou se adequar às normas de uma relação sexual padronizada. Para os versáteis, o que vale é a intensidade e a criatividade que somente a liberdade total dos corpos pode proporcionar. Nada de ler manuais e definir antecipadamente o que cada um PODE ou DEVE fazer. Isso é ridículo! Geralmente, quando o gay não se limita a rótulos e roteiros pré-definidos, o prazer se torna muito mais completo e edificante, já que ambos podem experimentar todas as variantes pos-síveis e imagináveis que o sexo entre homens tem a proporcionar. Mesmo entre os gays há muita confusão quando um se revela “versátil” (sei disso por experiência própria). Muitos que se dizem gostar de tudo no sexo, geralmente acabam revelando que são “preferencialmente” passivos ou só ativos (a maioria esmagadora é “passivona” mesmo! - e aqui não estou sendo preconceituoso: é que não suporto gay enrustido, indefinido ou o que é pior, aquele que mente para si mesmo). É muito difícil encontrar um gay que não se rotule, que realmente curta e saiba dar e receber o prazer pleno num ato sexual completo. Que não precisa ficar postando aos quatro
ventos o que realmente lhe satisfaz na intimidade (isso, meu caro, fica evidente em dois minutos de conversa, pode apostar). Então, meu amigo, antes de você sair julgando a torto e a direito a nossa intimidade, aprenda a respeitar nossa opção e saiba que fazemos, sentimos, buscamos no sexo e no relacionamento o mesmo que você: buscamos amor, carinho, prazer, amizade, companheirismo, atenção, realização e felicidade.
Se você também é gay (parabéns!), meu conselho é: não se prenda a roteiros ridículos e entregue-se ao prazer total com seu companheiro. Se você dá, come, bate, apanha, é moça, é macho, é biba na intimidade... não importa... seja sincero consigo mesmo e com seu parceiro e busque o prazer integral de todas as maneiras e variáveis possíveis junto àquele que você ama. Isso é o mais importante. Abaixo ao pré-conceito de gays indefinidos e héteros ignorantes. Afinal, ser gay, versátil e assumido é uma atitude de macho... ahh, isso é!

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