terça-feira, 6 de setembro de 2011

A felicidade é deste mundo...

Quantos de nós não sonhamos com a felicidade? Quantos de nós não sonhamos em um dia poder passear livremente com nossos parceiros pelas ruas, de mãos dadas, e sem sofrermos qualquer tipo de agressão verbal ou física? Parece-nos um sonho a realidade! Será um esteriótipo (heterossexual) possível ainda e capaz de vibrar nos corações humanos, ditando regras de conduta, ou qualquer coisa assim?
Não, meus amigos, claro que não! Reconheçamos que o tempo está mudando para nós seres normais como quaisquer outros (heterossexuais). Não somos aberrações. Não somos seres fragilizados e loucos, somos o que somos. Se a cultura com toda sua força e as estereotipadas regras sociais com seus preceitos não nos aceitam ainda, lutemos para convencê-los daquilo que somos.
Muitos devem estar-se perguntando o que somos. Respondo candidamente: somos seres essencialmente sexuados que amamos outros iguais a nós. Somos seres estranhos? Absolutamente não! Somos todos iguais. Se no arcabouço de nossa sexualidade existe uma homoafetividade como prática de nossa sexualidade, que mal há nisto?
Nenhum, respondo peremptoriamente. A homoafetividade é tão sadia quanto a heteroafetividade. Se há discrepâncias teóricas quanto à etiologia da homoafetividade esta reside no fato de tomar-se a heteroafetividade como parâmetro sexual universal. Não podemos em hipótese alguma aceitar que o sexo biológico dos indivíduos seja fator determinante para uma posterior prática sexual heterossexual. Falhou a nossa educação, os nossos preceitos educacionais falharam, que ainda imiscuído na dogmática prática sexual heterossexual custa a entender que a homoafetividade é algo tão natural como a heteroafetividade.
Vivemos num mundo mercadológico, numa lógica capitalista que embrutece as pessoas, e a despem de afetividade sincera. Se a propaganda é alma do negócio, para nós esta máxima não deve ser seguida nunca. Devemos buscar na dinâmica de nossas paixões as necessárias reflexões para tornamo-nos melhor enquanto pessoas. Não nos importemos com o estigma que nos alcunharem, pois sabemos que ao trilharmos o caminho do bem, estaremos sempre certos. Devemos aborrecer- nos com as críticas que nos vem do lado sombrio de concepções um tanto apressadas sobre nossa orientação sexual? A resposta é não! E por quê? Os indivíduos que nos incriminam são vítimas de um sistema ideológico agressor, preventivo... Só a prática ensina-nos a vivermos melhores e bem conosco.
Lutemos para conquistarmos nossos espaços. Num mundo dominado pelo forte apelo a família, instituição estranha, sim, estranha, pois somos apenas simulacros de um conservadorismo idiota. Os entes de uma mesma família, salvo exceções, não se conhecem. O pai que não conhece a seu filho, que não conhece a sua esposa, que não conheceu a sua mãe. Vivemos num mundo estranhos a nós mesmos sem raríssimas exceções. Não podemos polarizar a sexualidade. Somos todos seres sexuados, cada um com sua prática. Devemos aproximar-nos da profusão afetiva, só assim seremos seres melhores e, através da exemplificação, poderemos atrair um mundo de paz e segurança que tanto almejamos. Merecemos a felicidade, isto é tudo.
Talvez toda problemática da sexualidade humana esteja circunscrita a apenas "conceitos". Quando éramos hominídeos quem era homem ou mulher? Quem era homo ou heterossexual? Levantar-se-ão idólatras contra o que estamos expondo, certamente. Entretanto, qual foi a civilização que não experimentou a homoafetividade entre seus cidadãos? Eram os homens iletrados do período incivilizado (leia-se pré- histórico) heterossexuais ou homossesuais? A homoafetividade é um "fenômeno" recente ou vem de épocas imemoráveis? Não é a homoafetividade tão antiga quanto a heteroafetividade? Talvez Freud não tivesse levado em consideração esta sorte de indagações quando fez alguns estudos sobre a fenomenologia etiológica da homossexualidade. Se a homoafetividade é tão antiga quanto a heteroafetividade, podemos explicar ainda a homoafetividade pelo complexo de Édipo? Ou quem sabe no complexo de inferioridade de Adler, ou ainda mais, na projeção Junguiana? Parece que não.
Não podemos olvidar que a sexualidade humana ainda está atrelada à magia e em detrimento disso sobreporam a heteroafetividade a homoafetividade. Não percamos de vista isto. Parece-nos que o complexo de Édipo é tão fantástico quanto o mito que o originou. Não podemos discordar do mestre Freud em todos os aspectos como também não podemos concordar com tudo que ele nos propõe. Somos pessoas lindas e em nada, absolutamente nada, faz-nos diferenciar de qualquer outro individuo. Sejamos, então, a luz na escuridão; a afetividade nas horas de desafeto; a candidez nas horas de marasmo; sejamos aqueles que compreendem o amor e através dele alcançarmos toda a felicidade que tanto almejamos.

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