quarta-feira, 8 de junho de 2011

Confesso...


Confesso que sou bem maior do que aparento ser.  Confesso que aquele garoto, que brincava de bolinha de gude nas ruas do Itaim Bibi, ainda existe e não se cansa de brincar. Confesso que deveria ser menos emotivo, mas também confesso que a minha emoção não é sinal de fraqueza, mas sim sinal de humanidade, sinalizando que existe vida dentro de um corpo.

Confesso que tenho poucos e bons amigos e que tais são os meus irmãos escolhidos a dedo.  Confesso que quando criança sempre tive um melhor amigo e alguns desses amigos estão comigo até hoje.

Confesso que nunca fui um bom aluno, sempre estudei no dia das provas, mas quando eu entrava na sala de aula, era para assistir aula de verdade. Confesso que nunca fui bom em exatas, na verdade esse problema é bem maior, não concordo com nada muito definido, explicar os fatos com precisão matemática, não é comigo.

Confesso que já amei e fui amado. Confesso que amo a minha família acima de todas as coisas. Confesso que acreditava que o meu pai era um super herói, hoje confesso que ele é um grande homem. Confesso que acreditava que a minha mãe era detentora de toda a sabedoria do mundo, hoje confesso que preciso de poucas palavras proferidas por ela para tornar o meu dia muito melhor.

Confesso que passei boa parte da minha vida procurando um grande amor. Confesso que agora ja tenho um grande amor. Confesso que já me apaixonei por pessoas que encontrei nos vagões do metro e me decepcionei quando chegou a próxima estação. Confesso que os relacionamentos instantâneos praticados nos elevadores me incomoda e que as risadinhas mostrando o quão estamos sem graça é algo ultrapassado.

Confesso que a música é a arte que mais me emotiva. Confesso que já chorei, xinguei, praguejei e fiz amor ouvindo boas canções. Confesso que a poesia me arrebatada. Confesso que já recebi e escrevi cartas de amor. Confesso que não guardei nenhuma dessas cartas de amor, mas também confesso que todos os momentos estão guardados no meu coração.

Confesso que tenho vergonha de alguns dos meus atos, confesso que tenho orgulho de outros. Confesso que da minha boca já saíram palavras que não ouço pronunciar novamente. Confesso que já tive vontade de matar. Confesso que tenho muitos mais do que precisaria ter. Confesso que ainda tenho muito a confessar e que quando olho pra trás, sou bem menor do que aparento ser.

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